segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Envelhecer...

O envelhecer é um processo contínuo de crescimento intelectual, emocional e psicológico. Deve ser o momento em que, ao se olhar o que foi vivido, nos permitamos sentir alegria pelo que foi conseguido, apesar de serem reconhecidos alguns fracassos e erros.

Envelhecer é tornar-se velho. É viver a cada dia e pensar no amanhã.  E como será a minha velhice? Esta é uma questão que poucos reflitem.

Para isso, lembro dos meus avós maternos: Carolina e Genésio. Ah! Como eu aprendi com eles e como me fazem falta. Via meu avô trabalhando como guarda noturno na terceira idade, assistia minha avó fazendo sabão, cuidar da casa e seus quitutes, como eles eram guerreiros.

Lembro-me de quando eles cuidavam de mim, enquanto meus pais trabalhavam. Tenho nítidas recordações de cada momento vivido ao lado deles: a brincadeira no balanço, as voltinhas na mobilete do meu avô, o corredor de flores na entrada da casa, momentos diante da TV assistindo a Inezita Barroso (Viola, minha viola), ouvindo os programas de rádio do locutor Léo Oliveira... Como eu me divertia quando ao lado deles, até rolava um ciúme por parte dos meus primos (risos).

Com meus avós aprendi muito: a falar, andar, respeitar e principalmente os verdadeiros significados das palavras amor e felicidade. Às vezes, sinto vontade de voltar no tempo só para ter a chance de reviver instantes assim.

Perdi meu avô antes de completar 15 anos, e, isso dói até hoje. Sua ausência mexe comigo e sempre vou me lembrar daquele homem sábio e amável, me recebendo cheio de pompas e carinho, eu me sentia uma celebridade. Quero levar até meus últimos dias, tudo que aprendi com ele e passar aos meus filhos e netos.

Já a minha avó, eu a perdi em 2006, meu último ano de faculdade. Esta mulher me faz falta demais, até hoje me pego pensando nela. Em seus dez últimos anos de vida, eu a via em uma cama, totalmente debilitada, porém, mesmo sem poder se locomover, a vaidade falava mais alto: unhas pintadas, cabelos arrumados, pulseiras, colares... Sempre que eu ia visitá-la, ela me recebia com um sorriso estampado no rosto e mesmo com tanta dor, ela tinha paciência em me ouvir. As piadas, as conversas sobre homens, novelas, família eram tão boas. Desta bela loira dos olhos azuis, quero levar a garra, a vaidade e a força para viver momentos difíceis.

Com base no que aprendi ao lado dos meus avós, bem como, no que eu vejo na TV, eu sei exatamente o que eu quero ser. Espero envelhecer de forma saudável, ter forças para acompanhar as brincadeiras dos meus futuros netos, quero dançar, viver com dignidade a minha terceira idade. Pretendo ser guerreira como meus avós e amada como eles são até hoje. Desejo também melhorar de vida e proporcionar algo de bom aos meus pais que serão velhos e avós um dia.

“Saber envelhecer é a grande sabedoria da vida.” - Henri Amiel

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